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domingo, novembro 26, 2006

Paredes

A casa apagada no veio do sono abre as portas para a madrugada. Entro discreto e sorvo, no ar, o calor esfumaçado de corpos indesejados que se esgueiram aos montes na penumbra realçada pelas paredes em movimento. Na escuridão, um mastro perdido faz bandeira daqueles lençóis e grita um desejo desenhado na mudez das suas resignações: presença que cresce entre suas ausências. Tantos são os meios, tantos outros fins, sem fim, assim, que perco o fluxo fixo do sentido. Guardam, seus olhos, a ilusão de acordar um dia num mundo onde não passeiam ratos de dentes gordos, onde um vento brilhará o lume de estrelas outras, supernovas, em seus ossos já cansados. Importa ao tempo o caminho maior entre o chão e o telhado, lugar mínimo onde respirávamos estórias estranhas de contos de fada. Percebo, entre seus pêlos, o medo em novelos e um tremor inerte sob sua pele escura como o mistério do inexplorado universo vago entre nós dois. Deito, então, sob seu peso e afiro seu denso calor que flutua doce como a noite em sua saliva que me ablui, inteiro.

Small Dark Wall - Sean Scully

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sexta-feira, novembro 17, 2006

(des) construção

Serbia-Belgrade 2006


A cidade cedo dorme sede adormecida
e disfarça as cores sob o artificial das luzes
cegas secas solitárias

esconde-se um homem leve sob escombros
de vidas que se revelam entre as frestas
d´uma janela apagada

um grito ao ouvido mouco parece o vazio
caos sereno instalado no vento vago das vontades
lançadas no precipício do mistério-madrugada

os passos assombram soltos os pés passantes –
louvor sempre lasso e macio
no caminho curvo ou bifurcado – trilhas apressadas

encontra a puta a penumbra onde se espraia
à espreita dos outros que vêm e vão e vêm
entregues à fome fixa do fantasma gris
que persegue estrelas estreladas

a cidade rasga o rito – rastro gasto de animais
vorazes que se entremeiam (ruas praças esquinas) –
e alimenta o mito e o sonho oco
do arquiteto do universo.

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domingo, novembro 05, 2006

Uns barcos

Dois barcos navegam o negrume duma noite-mistério. Os dois, caos e cascos, navegam intensos o furor das descobertas profanas, numa fundura farta entre o sim e o não. Perdem-se imersos na sofreguidão das estrelas, quando estas despencam frias sobre suas proas. Sem tripulantes, dois barcos alvejam-se em reciprocidades latentes na busca imensa por conformação e beijam a névoa pálida que se arrasta vasta pela madrugada. Uma tristeza branca ilumina os faróis que distante brilham lampejos de ilusão. Dois barcos num sentido único deslizam um caminho único de águas turvas num mar de milágrimas. Um boiar perfeito sem timão, sem vela, sem mastro, sem direção. No rastro, o sal dos seus desejos na dor morna dos ensejos. Dois corações soltos sob uma luz vesga encaminham-se sinuosos e tardios no escuro grosso duma noite que é a mesma e a mesma de suas existências. Um sonho só e uma vaga que vaza a vasa dos seus infinitos... e escorre.

{É da essência do barco tanto as maravilhas do mar quanto o mais doloroso naufragar.}


Rosa dos Ventos - autor desconhecido




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