Sozinhez
escondido sob o teu paladar
desfazer os enlaces que
contornam os teus entornos
libertar a madrugada presa
em tuas vontades e
dar-te a luz
Ensejaria derreter o concreto
dos muros que te circundam
fertilizar o barro preto
em teus caminhos com sonhos,
solavancos, lágrimas e
levar-te a calma
revoltos sob tuas manhãs
escancarar as janelas
dos teus olhos fixos
cheios de perigos sutis e
revelar-te belos horizontes
no breu da tua boca aberta
no princípio do gozo
derrubar o silêncio
entre o teu e o meu peito
descansar rígido e intenso no espelho
daquela paisagem e
bruxulear-te as velas de outro desejo
do meu corpo sobre o teu prazer
deslizar por entre teus dentes
no mesmo instante que o pratear da
lua viesse brilhar-nos uma passagem infinita
não esquecer o gosto dos teus toques e
sorver-te na tintura dos vinhos invisíveis
Buscaria compreender os labirintos
desenhados entre as estrelas do teu universo
navegar as marés que vagam
em teus mares, imprecisos e particulares
trilhar os sulcos sobre tua face e
fazer-te acreditar que nesta nossa vida
só a verdade pode libertar
(a tua distância ecoa nos vãos das minhas saudades)
11 Comments:
Muito bonito, Ivã. Muito bonito mesmo!
Abraço
Brunø
Oi Ivã,
A última frase está escrita em todas, desde o começo....adorei!
Beijos...
Lindamente escrito.
Abs e bjos.
Adoráveis versos!... Delicadeza generosa, cintilâncias de refinado afeto na escrita tramada com finos fios de seda, sonho e desejo!...
Vou linkar teu blog, está bem?
Abraços.
PRONTO! Já estás linkado lá...
Grata pela visita, apareça mais vezes... Amei o poema "Sozinhez", belíssimo, acabo de enviá-lo para uma amiga (identificando o autor, naturalmente!)... Beijinho.
A saudade é uma prosa presa
nas nossas melhores lembranças.
A gente voa que voa
mas - quando vê -
(e)lá volta.
Abraço, Ivã, sempre bom te ler.
Rapaz, que coisa bonita!!! Saudade de vir aqui!
abraço
Jardineiro
Ivã, há palavras para descrever tudo,
há arranjos de palavras para dar forma e movimento a toda descrição,
há uma alma maestrina para organizar harmonicamente esse arranjo,
feito de movimentos e pausas.
Minha alma aproveitou várias pausas para chorar baixinho e não perturbar essa sinfonia.
Quão profundo é o espelho quando se depara com outro e ambos se refletem até a dimensão do infinito.
tECo
ÓtEmo... muito bom!
Gosto de ler cada palavra que escreves.
Abrçs.
Lindo! :)
Saudades daqui...
Beijoss
Este poema é um dos mais belos que já li nos últimos tempos, Ivã!...
Estavas inspirado pelos deuses do Amor ao escrevê-lo, é mesmo magnífico e gosto de voltar aqui para relê-lo... Beijinho alado outonal.
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