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sexta-feira, julho 27, 2007

Permita-me dizer: não há para onde fugir.

Vai em mim uma rua por onde não passam bois nem carroças. Vai em mim uma rua de poeira pesada que se agita quando os ventos do norte a ultrapassam e sacodem as suas beiradas. Vai esta rua por dentro e não sei onde ela vai dar, muito menos onde poderia encontrar o seu início. Certeza única só da sua vastidão, que se espalha por meus olhos, minha boca, meus toques e meu coração. Durmo ou acordo e lá ela está, levando-me a todos os rumos e a nenhum lugar. No mesmo instante em que não consigo ultrapassá-la, porque nela não posso trafegar, também nem sei como dela me retirar.

Vai em mim uma rua com pedras e sem calçadas. Matagais robustos e intensos a envolvem e enegrecem minha visão para ruas outras que podem, paralelas, minha rua acompanhar. Como não vejo estas outras ruas e suas possibilidades, passo dias e noites a observar apenas a rua que em mim vai, vã. Vai em mim também seus altos, seus baixos, suas curvas graves, seus contornos e seus entornos. Em mim uma rua que não sai e não volta, que periga me levar, mas acaba deixando. E fica. Não é passageira.

Vai em mim uma rua onde os passos não se afundam, onde a dor de ser rua sem dono, em abandono, não cabe. Uma rua onde o sol não molha e a chuva não bate. Vai em mim. Vai em mim esta rua nua, não fosse seus fantasmas, únicos freqüentadores que nela se escondem desde o cotidiano de tempos antigos. Caminho por ela ou ela caminha por mim? Ignoro o grosso de suas necessidades e sucumbo a outras que rápidas se revelam inevitáveis.

Vai em mim uma rua cheia de sucessivos sonhos vazios que ultrapassam os meus limites, cortando-me de um ponto a outro, anulando-me: mão e contra-mão. Sinto a ausência das tempestades que nesta rua não caem, dos raios de luar que nela não prateiam. Vai infinita uma rua, em uma ou outra direção, em mim, sem abrigo para os desavisados, sem parada, sem acostamento para os acidentados. Vai catastrófica.

Vai em mim a rua severa e nem o horizonte, a mim, revela. Voltas que não dou, retornos que não encontro, nem luz nem estrelas cadentes. Vai perene alongando a caminhada e não se afasta. Perco-me sempre no mistério de suas escuridões, até que uma noite, das noites onde sufoca-me o barro estéril que me dá forma, avisto, veloz, uma luz que viva se aproxima. Estanco enquanto a luminosidade solta no ar parece me procurar. Ensaia-se em mim o fim de um nó que trago nos recônditos, preso em meu futuro. Ensaia-se apenas. De repente, a luz com seu jorro claro e leitoso esmaece lenta até desaparecer. Nem o breu a decifra a tempo. Nem o breu que atravessa o mundo pela minha rua. Nem ele nem eu.

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