\suicido\
refaz a faca a linha funda
sulco perene
entre o seu e o meu entremeio
o que resta do caminho
escurecido depois da vírgula
depois do cansaço amanhecido
sulco perene
entre o seu e o meu entremeio
o que resta do caminho
escurecido depois da vírgula
depois do cansaço amanhecido
a faca faz espelho, às vezes
com voracidade
racha a massa
e liberta o
visgo rubro vesgo
: frouxa
sobra o sopro probo bobo
pedaço outro
e o cerco desfeito
fugaz, faceiro
(último)
de vida
e finda
Marcadores: Poesia
10 Comments:
Belo poema.
A palvra tona-se faca e rasga nossas entranhas.
Finda: seja no sabor ou no dissabor a faca corta e retalha. Seja no sabor ou no dissabor a faca faz a diferença. Excelente.
hábraços
bom de dizer isso em voz alta,
a sonoridade acompanha o 'perturbamento' que o poema traz.
abraços
Rubens
Um link, outro e mais outro link e chego aqui. Lugar bom de conhecer!
Casinha de gatos nova, Ivã? Longas prosas a ela, não necessariamente avulsas. Gostei da faca assumindo o fio da vida.
Navalhas!, tuas palavras.
Abraço
Que bom teres gostado do vomitando. Foi o meu primeiro blog e é o que tem o ambiente mais melancólico, acho.
Repito...é bom conhecer o que escreves.
Té mais!
e no emaranhado de sangue e sentires, ficam as nuvens negras sobre o ser.
As palavras dançam em seu poema. Muito bom! Beijos.
Ivã, bom setembro, sopros constantes de poesia!
Amigo, te encontrei! Te reencontrei! Tua poesia me fascina. Você sempre esteve entre os meus poetas prediletos. Ainda guardo aquela publicação antiga de capa amarela "Anunciação", se não me falha a memória.
Que bom que encontrei o seu blog pra voltar a "beber dessa fonte" de toda a beleza e delícia da sua poesia.
É interessante como eu compreendo a sua poesia, como se eu mesmo tivesse escrito ou como se ela atingisse minha alma sem as limitações do corpo físico ou as divagações da mente humana.
Estou de volta, meu caro! Seu leitor e amigo. E espero que o tempo e a distância não sejam mais tão crueis como foram nos últimos anos.
Abração!
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